Paulo Freire (1996) diz que lecionar é muito mais do que treinar o aluno no desempenho de destrezas, isto é, há uma necessidade de formação ética dos educadores de forma a que se consciencializem sobre a importância de estimular os educandos a uma reflexão crítica da sua realidade. Isto é realmente muito importante, e no nosso ponto de vista, devemos respeitar a autonomia do educando, tendo-a sempre em consideração. É essencial que o aluno reflita sobre a sua aprendizagem, tenha consciência do seu próprio método de aprendizagem e das suas necessidades.

 

Autonomia

Aprender a aprender significa que os aprendentes devem se guiar pelas experiências de vida e de aprendizagens anteriores para que as apliquem nos novos conhecimentos e aptidões em contextos variados. A motivação e a confiança são elementos fundamentais para a aquisição desta competência. Numa perspetiva construtivista, a finalidade última da intervenção pedagógica é contribuir para que o aluno desenvolva a capacidade de realizar aprendizagens significativas por si mesmo numa ampla gama de situações e circunstâncias, que o aluno “aprenda a aprender.” (Coll, 1994, p. 136)

Learning by doing é um termo utlizado por Dewey (1859-1952) que reflete a importância de que o ensino deveria decorrer da ação e não da instrução. A aprendizagem deve ser relevante e prática, não apenas passiva e teórica. Dewey (1859- 1952) afirmava que o educando ao aprender a fazer possibilitava o desenvolvimento de resolução de problemas.

 

Pedagogia Para a Autonomia e Aprender a Aprender

A pedagogia para autonomia também pode ser vista, do ponto ético e político, como uma buscar da democracia na educação e na sociedade em geral. O constante controlo do ambiente de aprendizagem por outrem contribui para vários fatores negativos como o baixo desempenho, ansiedade, preferência pela facilidade no trabalho e dependência constante do outro para avaliar o seu trabalho. Contrariamente, através da pedagogia para a autonomia os alunos adquirem motivação intrínseca, uma sensação de alegria e vitalidade, aumento da compreensão, preferência pelo trabalho difícil, consciência critica da aprendizagem, atitudes cooperativas, capacidade de decisão e vontade de aprender (Lamb, Raya & Vieira, 2017, p. 19. Todas estas vantagens podem tornar a aprendizagem de línguas mais significativa e acessível a todos os alunos. Por fim, a pedagogia para a autonomia implica que os professores sejam agentes de mudança, por conseguinte, uma das principais razões para a sua promoção é o empoderamento que oferece aos professores.

Deixamos de seguida, algumas dicas/sugestões de pequenas ações que podem ajudar a desenvolver o sentido de autonomia nas crianças:

  • Se cair, sem se magoar, espere, não vá a correr, perceba como reage. Se ele se queixar valorize, mostre que se importa e cuide da sua ferida;
  • Mostre que é capaz, envolva-o em pequenas tarefas possíveis e supervisione apenas. No final dê feedback;
  • Antes de explicar um processo, coloque-o à prova, forneça as ferramentas e fique perto a observar. Dicas são importantes, desde que não lhe dê a resposta. Obrigue-o a pensar por si;
  • Peça-lhes ajuda, é importante que se mostrem capazes, úteis e essenciais;
  • Deixe-os fazer os trabalhos de casa sozinhos, questione e auxilie, mas não faça por eles. Questione sobre temas diferentes para estimular a curiosidade.
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